Recentemente ganhou destaque nas mídias sociais uma matéria cuja manchete é bastante sugestiva: 'Antitrabalho' - o movimento que ganhou força na pandemia e se espalha por comunidades online.
Ainda que eu concorde com alguns argumentos utilizados por aquelas pessoas que não estão satisfeitas com as formas tradicionais de trabalho, insatisfações essas despertadas e ampliadas pela oportunidade do trabalho em home office e pela reflexão sobre o sentido da vida a propósito da pandemia e suas consequências, prefiro enxergar o problema sob outra ótica, absolutamente otimista.
Essa minha visão otimista remonta há muitos anos, desde os primórdios de minha carreira profissional, sempre acreditando que o trabalho é parte importante da dignidade de uma pessoa e que é possível ser feliz trabalhando.
Me recordo claramente, quando na adolescência, de colegas que jamais externaram opiniões positivas sobre o trabalho, independente de seus salários e benefícios, se bons ou ruins e estavam sempre prontos para criticar e reclamar, muitas vezes por aspectos irrelevantes.
Em algumas oportunidades que contestei tais reclamações fui veementemente rechaçado e até ridicularizado por colegas, felizmente uma minoria.
Eu considerava que a diferença de visão dessa minoria poderia ser uma consequência da influência ou de exemplos familiares.
Mais tarde, já adulto, tive a chance de trabalhar como profissional, gestor e consultor, em áreas operacionais, de recursos humanos, de segurança no trabalho e de relações trabalhistas e sindicais.
Em diversas ocasiões críticas, como demissões coletivas, conflitos e greves, pude constatar claramente o valor que o trabalho representa para a maioria das pessoas, complementando sua dignidade.
Na década de 1970 tive a oportunidade de conviver com um diretor que tinha ingressado na empresa há sessenta anos e continuava trabalhando com um entusiasmo de causar admiração. Na época eu me perguntava como era possível aquela motivação para o trabalho. Hoje eu não somente entendo, como também estou próximo de completar sete décadas de trabalho, com igual motivação ao meu início de carreira.
Programa Ciclos do Diálogo
Desde que comecei a entender o quanto o trabalho é importante para nossa vida, especialmente nos projetos e programas de consultoria empresarial, temos focado as várias formas de se valorizar o trabalho e o emprego.
Por volta de 1986, quando trabalhei como gerente de recursos humanos numa grande empresa de autopeças, localizada no ABC paulista, meu último emprego, tive contato com uma metodologia na qual as lideranças operacionais mantinham encontros regulares e estruturados com suas equipes, para tratar de assuntos operacionais e de assuntos de interesse dos colaboradores.
Ao iniciar a carreira de consultor, adotei essa iniciativa como inspiração para o desenvolvimento de um modelo de gestão, inicialmente batizado como Projeto Supervisor, atual Programa Ciclos do Diálogo.
O Programa Ciclos do Diálogo parte das premissas de que a gestão do ambiente de trabalho exercida por uma liderança capacitada e comprometida, especialmente a de primeiro nível e de que uma comunicação aberta, receptiva e compromissada, são capazes de engajar os colaboradores com os valores e metas da empresa, impactando decisivamente o clima interno e a produtividade.
O principal objetivo do programa é criar um ambiente de trabalho que contemple a convivência de atributos focados na dignidade, no respeito, na saúde e segurança, na harmonia e na produtividade, a partir do envolvimento, comprometimento e engajamento de todos os colaboradores com tudo aquilo que diz respeito ao seu trabalho.
O Programa Ciclos do Diálogo é um moderno modelo de gestão de pessoas, por meio do qual a liderança assume novos comportamentos e atitudes diante de cenários desafiadores e dos problemas e expectativas de seus colaboradores, corrigindo, de forma ágil e segura, eventuais desvios ocorridos no ambiente de trabalho.
É um sistema prático de comunicação de “baixo para cima” e funciona como ferramenta de gestão no controle do clima organizacional, onde o diálogo permanente consolida a confiança recíproca e representa o caminho mais curto e eficaz para se ajustar os desejos e expectativas dos colaboradores à realidade e às necessidades da empresa.
A nova mentalidade alcançada com o Programa Ciclos do Diálogo garante inúmeros outros benefícios, como:
Liderança desenvolvida em habilidades e técnicas de gestão de pessoas.
Criação de um canal direto e confiável de comunicação interna, assegurando uma leitura permanente e atualizada do ambiente de trabalho e do clima interno.
Implementação de uma estratégia de comunicação, garantindo o recebimento e assimilação das mensagens da direção em todos os níveis.
Sistematização do cotidiano das relações no trabalho, capaz de prevenir e corrigir problemas e conflitos individuais e coletivos.
Projeto Valorização do Emprego
Mais recentemente, em 2006, diante de uma situação muito crítica, relacionada à desmotivação de sua força de trabalho, após um longo período de crise de mercado, uma grande empresa metalúrgica optou por congelar sua política de reajuste salarial por mérito e assim poder manter os empregos, tanto por respeito aos seus colaboradores, quanto para preservar os profissionais de alta especialização.
Obviamente que essa decisão não agradou e, diante das crescentes reclamações dos colaboradores, a direção da empresa solicitou nossa ajuda para equacionar e encontrar uma solução para o grave problema que enfrentava, a falta de motivação e engajamento dos colaboradores, incluindo algumas demissões espontâneas de profissionais especializados.
A solução encontrada contemplava o desenvolvimento de uma estratégia para provocar uma profunda reflexão por parte dos colaboradores em relação ao valor do seu trabalho e a da sua relação com a empresa.
A estratégia escolhida, materializada através do projeto Valorização do Emprego, atingiu plenamente seu objetivo, uma vez que mostrava a todos, de uma forma clara e lúdica, tudo o que a empresa praticava em benefício dos colaboradores e de seus familiares.
Esse projeto e os demais que o sucederam, implementado em várias empresas e situações, através dos indicadores do valor do emprego, despertam a atenção e reflexão dos colaboradores para aspectos de suma importância, como o planejamento e a garantia de uma boa qualidade de vida profissional, pessoal, familiar e social; e o afago à sua autoestima e autorrealização, por meio do reconhecimento de seu trabalho e das oportunidades de perspectivas profissionais.
Movimento Pró Trabalho
Eu convido você e a sua empresa para aderir e participar do Movimento Pró Trabalho, acreditando que uma visão otimista, acompanhada de ações pragmáticas são capazes de agregar valor às relações entre o capital e o trabalho, entre o lucro necessário à continuidade e crescimento dos negócios e à geração de emprego e renda, bem como proporcionar felicidade à vida profissional, pessoal, familiar e social dos colaboradores.
O movimento proposto é oportuno e necessário, considerando o momento ímpar do mundo do trabalho contemporâneo, impactado pelo crescimento acelerado da tecnologia e pelas sucessivas crises econômicas, políticas e sociais e que propiciaram o surgimento do Movimento Antitrabalho.
As diferentes facetas do trabalho, seja qual for sua natureza, formas de contratação e locais de atuação, contemplam aspectos comuns que podem tornar o trabalho digno, respeitoso, saudável, harmônico e produtivo ou, ao contrário, permitir ou até promover a discórdia e os conflitos individuais e coletivos.
O pragmatismo do Movimento Pró Trabalho proposto pela nossa consultoria contempla o estudo e a implementação de projetos, programas e ações que promovam o que chamamos de troca justa entre a empresa e seus colaboradores, com foco nas relações, presenciais, à distância ou híbridas, no cotidiano do ambiente de trabalho, seja ele operacional, administrativo, comercial, logístico etc.
Algumas crenças fortalecem nossa convicção, como:
a adoção de boas políticas de recursos humanos;
lideranças preparadas e comprometidas com os valores da empresa;
comunicações abertas e receptivas, capazes de identificar, de fato, as reais necessidades, expectativas e desejos dos colaboradores;
uma plena atenção às redes sociais;
um plano de contingências para fazer frente a situações fora de controle das empresas; entre outras.
Ao longo dos últimos anos temos divulgado vários artigos e matérias sobre as vantagens de se investir num modelo de trabalho digno, respeitoso, saudável, harmônico e produtivo, resultando em benefícios para todos: dirigentes empresariais, gestores, líderes operacionais, colaboradores, representantes sindicais e comunidade, o que pode ser constatado nos diferentes artigos publicados:
Em dezembro de 2007, por meio do artigo A Arte do Saber Ouvir e a Teoria dos 3 L’s, destacamos que “Saber Ouvir é permitir às pessoas dividir insatisfações, dúvidas, angústias e alegrias e representa um dos principais fatores que agregam felicidade no trabalho”.
Em novembro de 2012, compartilhando o artigo: Até que ponto vale a pena investir nos recursos humanos? Parte II, Everson Craveiro, experiente dirigente sindical ferroviário, distingue o trabalho do emprego, afirmando que “O trabalho ajuda as pessoas a terem orgulho de si e lhes dá um profundo sentido de identidade social – o emprego, não.”, necessariamente.
Em julho de 2013, a propósito de uma onda de protestos populares provocados pelo Movimento Passe Livre, nossos colegas consultores Orlando e Agostinho, através do artigo Falta de Diálogo Constante é um dos Motivos para Manifestações, apontaram, com muita propriedade, os riscos “...quando os colaboradores não encontram espaço e ambiente propícios à manifestação das suas insatisfações...”.
Em setembro de 2014, através do artigo 09 Fatores para Alcançar o Aumento da Produtividade, instigamos os leitores sobre “De que adianta investir em tecnologia, processos, equipamentos sofisticados e treinamento, se as pessoas não estão engajadas com os valores e metas das organizações?” e demos conhecimento da nossa ferramenta de gestão do ambiente de trabalho, através de uma lente multifocal.
Nosso artigo Saber Ouvir e o Estado da Arte da Comunicação no Ambiente de Trabalho, atualizado em junho de 2021, enfatiza que a “... a comunicação representa a expressão da liderança perante sua equipe, enquanto o diálogo é o caminho mais curto e eficaz para o entendimento, capaz de criar um ambiente de trabalho saudável, harmônico e produtivo”.
Em agosto de 2021 o artigo Desenvolvimento da Liderança Operacional – Vale a Pena Investir?! aborda a gestão do ambiente de trabalho afirmando que “O principal vetor dessa gestão é o Líder Operacional, por meio de comportamentos e atitudes assertivas, assumindo suas responsabilidades perante seus liderados, tomando decisões ágeis e seguras, dentro de seu nível de competência e se comunicando de forma receptiva e permanente com a equipe”.
Após sua leitura e reflexão, se tiver interesse em conhecer mais sobre o nosso trabalho ou se desejar compartilhar suas opiniões e experiências colaborando com a construção de um futuro promissor para o maravilhoso mundo do trabalho, entre em contato e agende uma conversa.
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